terça-feira, 30 de julho de 2013

PACIENTES AGUARDAM POR HORAS EM FILA DE HOSPITAL

PACIENTES AGUARDAM POR HORAS PARA SEREM ATENDIDOS NA SANTA CASA DE CAMANDUCAIA

POR: Danilo Antonio dos Santos


Eram quase cinco horas da tarde quando recebi uma chamada no celular. Do outro lado da linha, um cidadão me chamando na Santa Casa para que eu fizesse uma matéria sobre o desespero de mais ou menos 100 pessoas que não conseguiam atendimento médico. Chegando lá, a situação era realmente desesperadora. Crianças, jovens, homens, mulheres e idosos aguardavam desde manhã por um simples atendimento. Muitos deles, não aguentando mais esperar, iam embora. As atendentes recebiam as queixas de revoltas dos que ali estavam, mas como sabemos, elas não têm nenhuma culpa. Apenas estavam ali para cumprirem ordens. Segundo testemunhos, havia apenas um médico de plantão. 

Atualmente é de conhecimento de todos nós a deficiência do sistema de saúde brasileiro. Um sistema que caminha cada vez mais para a mercantilização da vida, onde vive mais quem pode pagar mais. Os médicos do país, não todos, não querem atender em cidades do interior e quando o fazem, tratam as pessoas como se elas fossem uma "coisa qualquer". O que vemos nos hospitais brasileiros é uma total falta de respeito para com a vida. Não que eu tenha presenciado isso aqui em Camanducaia, mas pude perceber um médico mais preocupado com as horas do seu plantão do que com as pessoas que ali esperavam. Mas não podemos culpabilizar o médico, pois ele reproduz aquilo que o sistema exige. O sistema, o sistema exige quantidade e não qualidade. O sistema não nos enxerga como seres humanos. Ele nos enxerga como "contribuintes", possuidores de números os quais acreditamos ser nossa identidade. Você, eu e nós, somos vistos como acessórios para manter a "máquina" funcionando, por isso, quando doentes, somos descartáveis. 

Abaixo, deixo alguns depoimentos que gravei em áudio e depois transcrevi. Espero que gostem do blog. Obrigado a todos! 

TEREZA SILVA: Eu estou com a minha menina desde ontem aqui, ela está com forte infecção de urina. Pediram exame, não deu remédio nenhum pra tirar a dor, fiquei esperando até agora esperando sair o resultado e diz que não vai me atender; e com bebê ainda no colo. Eu sou da roça, moro no Campo Verde. Vim com carona com os outros pra poder chegar aqui e não ser atendida. Não tinha médico e agora não quer atender também. Eu estou com ela (filha) e com a bebezinha no colo, minha filha com dor e diz que não vai atender ainda. Isso é um absurdo! Isso tem que ser mudado. Tem médico e não quer atender!

NEIDE RODRIGUES MACIEL: Eu cheguei eram 8 horas da manhã pra ser atendida e já tem mais de 100 pessoas. Muitos já foram embora, estou sem almoçar. Um senhor de 90 anos de Monte Verde, veio e foi embora porque não tinha dinheiro pra pagar taxi e ia de Tupic. Ele precisou ir embora e não foi atendido. E aqui nós estamos até agora aqui (17:22 horas), o médico acabou de falar “Não vou atender todo mundo porque o meu horário é às 19:00 horas. Reclame lá na porta!” Essa é a situação nossa aqui de Camanducaia, que todo mundo saiba! Eu estou aqui pela primeira vez, sou professora do Município e estou totalmente arrasada de ver como que o povo é tratado aqui. É a primeira vez que eu estou passando por esta situação. Mas eu estou feliz porque eu pude sentir na pele juntamente com eles o que eles passam aqui, quem não tem dinheiro pra pagar a consulta. Não querem atender porque chega emergência e é um médico só. Então fica uma situação organizada entre eles lá. Nós não sabemos porque que eles aceitam uma situação de ficar um médico só.

MANOEL DE MORAES: O problema meu é problema de próstata. Eu estou lutando, faz tempo que estou lutando. Estou só esperando uma guia dele (médico) pra levar pro Dr. Luís. Tem que ter autorização dele pro Dr. Luís lá de Extrema poder organizar. Faz dois meses que eu estou lutando e fiz exame e o médico disse que o problema meu só resolve com uma cirurgia com urgência. Então o médico está me enrolando e chegou uma hora eu fui num médico em Pouso Alegre e ele pediu R$ 12.000,00 pra fazer a cirurgia. Como eu não posso pagar, que a gente vive da aposentadoria, então eu estou indo nos médicos tudo aí e lutando, um joga pra um, um joga pra outro.

ELZA DA SILVA PÉREZ: O problema é com o meu marido. Ele está com as mãos amortecidas, com as pernas amortecidas, pressão alta. Chegou aqui ontem, tomou injeção, mandaram ir embora e mandaram vir hoje. E daí chega aqui hoje, faz o Raio-X e está aqui até agora esperando. E pra ele sair dali não sei como nós iremos tirar ele dali porque tem que levar ele segurando pelo braço pra procurar um taxi pra levar ele embora ainda, porque carro eles não dão pra irmos embora. Desde às 09:00 horas aqui.

VICENTE DA MOTTA PAES: Eu vim pra passar no médico aqui às 6 horas da manhã pra marcar e estou até agora esperando. E acho que vou desistir, vou embora.. O problema meu é um pelote que saiu aqui (nas costas) faz uns cinco anos e agora ta começando a doer. Então eu quero ver o que está acontecendo.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

JOGOS ELETRÔNICOS E ENSINO DE HISTÓRIA: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

JOGOS ELETRÔNICOS E ENSINO DE HISTÓRIA: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA


Os jogos eletrônicos, muitas vezes vistos com maus olhos por segmentos conservadores da sociedade como sendo componentes indutivos ao comportamento violento dos jovens, são abordados de maneiras positivas por novos pesquisadores da Educação. Um desses pesquisadores, nos cedeu entrevista apontando como os jogos eletrônicos podem ser usados em sala de aula como um meio auxiliar e lúdico, proporcionando maior interesse do aluno pela Disciplina de História. Entrevistamos o professor/pesquisador Cassio Rafael Maritns Santos, graduado no curso de História pela Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), Pouso Alegre- MG. Cassio Rafael desenvolveu sua pesquisa sob orientação do Professor Ms. Juliano Hiroshi. 


 Danilo: Fale-nos resumidamente da pesquisa que desenvolveu sobre os jogos eletrônicos no ensino de História.

Cássio: A tecnologia desenvolve-se a passos largos e, em um contexto no qual as chamadas Novas Tecnologias fazem parte de nossa experiência diária, em minha monografia intitulada “O Jogo Eletrônico ‘Rome: Total War’ Como Método Auxiliar no Ensino de História” procura demonstrar, a partir da análise do jogo para computador “Rome: Total War”[1], ambientado na Roma Antiga, como o professor de História pode, através do uso desta tecnologia e da análise de seus conteúdos e imagens, detectar semelhanças, diferenças, valorizações e ocultações que possam ser utilizadas, sob um viés comparativo, junto a livros didáticos de Ensino Fundamental e Médio, revistas especializadas e livros de teor geral, buscando ilustrar um possível diálogo entre jogos eletrônicos e a disciplina de História. A discussão sobre tais tecnologias e métodos foi de fundamental importância para a compreensão do papel a ser desempenhado pelos educadores bem como sobre modos de inserção visando produzir novos métodos que busquem a melhora da qualidade do Ensino de História, trazendo o aluno mais próximo da disciplina, tornando-a mais dinâmica e prazerosa. Inicialmente, a metodologia utilizada para a analise do conteúdo do jogo foi o método comparativo interdisciplinar que visa à compreensão de aspectos implícitos e explícitos no jogo de forma a auxiliar o entendimento do estudante sobre Roma Antiga, destacando-se como um exemplo disso a aproximação com a disciplina de Geografia como modo de obter uma compreensão mais ampla dos aspectos que contribuíram para a expansão de Roma e que acabaram por moldar a sociedade romana em sua cultura, religião, política e, por que não, em suas relações de poder.
Danilo: O que te motivou a pesquisar esse tema?
Cássio: A motivação para a realização dessa monografia foi a grande afinidade com os jogos eletrônicos que vem desde a infância. Tendo essa experiência de jogar e estar diretamente ligado ao mundo tecnológico (por também ter formação na área de informática) e, em especial, dos jogos eletrônicos, foram facilitadores para o engajamento, neste trabalho. Com a possibilidade de inserção no meio acadêmico, como estudante e pesquisador na área de História, pôde vir também a convicção de que essa interatividade entre jogos eletrônicos e história é possível. Desde a infância esse contato com jogos eletrônicos oportunizou o acesso a diferentes plataformas como: Atari, Super Nintendo, Playstation e também jogos para computadores, ou seja, fica claro o acompanhamento desse desenvolvimento num longo período de tempo. Um tema que sempre instigou a curiosidade foi à relação entre os jogos com conteúdos históricos, alguns simples, outros muito bem elaborados. Podemos dizer que somos parte integrante de toda essa geração adepta aos meios tecnológicos, em específico, os videogames e jogos eletrônicos. Sendo assim, e partindo desse pressuposto, compreende-se a importância das experiências pessoais vividas na formulação de algumas questões que envolvem a relação entre os games com a disciplina de história que achei passível de estudos dentro deste trabalho de conclusão de curso.

Danilo: Como você encara as críticas de que os jogos eletrônicos, não todos, mas alguns deles induzem comportamentos violentos nos jovens?
Cássio:  A polemica acerca dos jogos eletrônicos está longe de acabar, diria que está em constantes embates no que se diz respeito principalmente a sua utilização na educação. Foi importante buscar nas leituras para construção do trabalho, alguns aspectos relacionados à violência, profundamente discutida no que diz respeito aos jogos eletrônicos, pois muitos aderem ao pensamento de que a violência vivenciada nos games influencia no aspecto social da criança e do adolescente. Por experiência própria, posso dizer que os fatores que levam a membros da sociedade a praticarem a tal violência estão muito mais além do simples fato dos jogos transmitirem tal influência negativa. As questões psicológicas ou sociais em que o indivíduo vive estão muito mais ligados e propícios ao ingresso de crianças e adolescentes na violência. Essa forma de pensar a respeito dos games é o motivo, muitas vezes, da grande resistência dos pais, das escolas e educadores.
Danilo: Qual a sua opinião sobre a precariedade do ensino público brasileiro? Quais as chances de inserirmos os jogos eletrônicos em escolas que carecem de recursos financeiros, tendo em vista que essas mídias não são acessíveis a todas as camadas sociais?
Cássio: Essa é uma questão que foi constantemente debatida na construção desse trabalho. Sabemos que o ensino público carece de infraestrutura nos mais diversos setores, desde ensino de qualidade, como salas de aula, segurança, até os salários de professores, por exemplo. A inserção dos jogos que propomos no trabalho inicialmente é pela utilização de imagens e conteúdos escritos justamente por esse motivo, muitas escolas têm equipamentos de informática, porém, mal são utilizados, ou já estão ultrapassados, isso quando a escola tem esses equipamentos. Dessa forma, nesse primeiro momento, utilizamos esses recursos como ferramentas que auxiliem os professores e que o acesso para os alunos também seja possível. É um trabalho que requer tempo, disponibilidade do professor em querer aprender e renovar o meio com uma nova metodologia que instigue os alunos e os levem a participar, pesquisar, debater etc. Vale ressaltar que a inserção de tais jogos dentro da escola não quer dizer que as aulas serão totalmente dedicadas a apenas jogar, não. Aqui pretendemos mostrar como podemos dinamizar e tornar mais atrativo o ensinar. Buscamos fazer com que o aluno procure, através dessa interatividade, pesquisar sobre os temas relacionados ao jogo, tornando-se hábito. Trata-se de uma forma de iniciar o interesse do aluno pelo tema, assim, continuarão jogando em casa e fazendo analogias com o conteúdo escolar, não somente em um tema em história mais nas diversas disciplinas existentes.  Em contrapartida, os professores têm que se preparar e se reciclar para tornar tais atividades possíveis. É preciso quebrar essa resistência para melhorarmos enquanto educadores.
Danilo: Por acaso já existem projetos educacionais voltados aos jogos eletrônicos aqui no Brasil? Se existem você poderia nos fornecer dados sobre os ganhos adquiridos?
Cássio: Em meu trabalho busquei informações de jogos que fossem voltados para a educação e tive uma grata surpresa, no nosso próprio país temos projetos realizados com conteúdos educativos e que foram já utilizados em escolas. Dentre esses projetos destaco os realizados pela UNEB[2]. Merecem grande destaque nesse tema, tendo em vista que em seu centro de pesquisa foram criados projetos de Jogos Eletrônicos Educativos. Até o momento a Universidade criou dois jogos educativos, um chamado “Tríade”[3], que se passa na França, contando fatos sobre a Revolução Francesa, no qual o personagem é um agente presente dentro dessa revolução. Já o segundo jogo desenvolvido se chama “Búzios, Ecos da Liberdade”[4] que se passa no Brasil e conta um pouco da história sobre a Revolta dos Alfaiates, ocorrida em meados do século XVIII. Em ambos, o papel do historiador foi fundamental, pois é ele quem escreve todo o roteiro histórico do jogo. Outras áreas como a de informática, por exemplo, ficam com as partes de programação e desenvolvimento virtual do jogo. Pude observar que o Brasil já vê com bons olhos a inserção dos jogos na educação e estamos nos movendo diante das possíveis e interessantes mudanças que possam vir a ocorrer no ensino daqui a alguns anos.







[1] “Rome: Total War” em Português, “Roma: Guerra Total”.
[2] UNEB. Universidade do Estado da Bahia.
[3] Site Comunidades Virtuais – Jogo: Tríade:< http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/triade/equipe.htm>
[4] Site Comunidades Virtuais – Jogo: Buzios Ecos da Liberdade: <http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/buzios/>

quinta-feira, 25 de julho de 2013

PRESIDENTE DA CÂMARA FALA SOBRE REPASSE DE 200 MIL À ESCOLA DE SAMBA

PRESIDENTE DA CÂMARA FALA SOBRE REPASSE DE 200 MIL À ESCOLA DE SAMBA

Osmair de Gois Messias, mais conhecido como Nenê do Supermercado, nos cedeu entrevista falando sobre os eventos festivos que ocorrerão nos próximos dias.


No último 22 deste mês, fomos à Câmara Municipal entrevistar o vereador Nenê do Supermercado, para que ele respondesse algumas dúvidas levantadas nas redes sociais e que vem gerando muita polêmica. Portanto, nosso intuito é levar até você informação, expondo outras versões. Cabe destacar, que esta nossa postagem é a primeira sobre o tema. Temos muito trabalho pela frente, no qual entrevistaremos mais pessoas envolvidas com o assunto e investigaremos em documentos oficiais. Não temos por objetivo caluniar ninguém. Apenas estamos cumprindo nosso papel de trazer à tona opiniões divergentes, para que você leitor, também possa opinar, porém ouvindo o outro. Nas próximas postagens, anexaremos fontes oficiais junto às entrevistas. 

Ao realizarmos a entrevista que aqui está, não tínhamos em mãos nenhum documento oficial. Portanto, não reparem se alguns números não baterem. Em primeiro lugar devemos procurar respeitar a voz de quem nos cede a entrevista, tendo consciência de que o conhecimento dos fatos é limitado.

A entrevista foi gravada em áudio e posteriormente transcrita. Depois a transcrição foi devidamente lida e autorizada pelo entrevistado antes de aqui postarmos. Antes de tudo, priorizamos a ética pela pessoa a qual entrevistamos. Obrigado a todos pela compreensão e espero que gostem do blog.

  Entrevistador: Danilo Antonio dos Santos
Local: Câmara Municipal de Camanducaia.

Danilo: Segundo o Projeto de Lei enviado pelo Executivo, o município estaria economizando R$ 200.000,00, se comparado aos eventos anteriores. Porém, segundo os críticos das redes sociais, o município estaria gastando recursos públicos usando maquinários e servidores públicos na montagem da estrutura festiva, sendo que a bilheteria da festa vai ficar com a VR. Como então a prefeitura estaria economizando?

 Osmair: Então, pelo borderô das festas dos outros anos passados, a prefeitura fez um investimento de R$ 380.000,00 né? E deu pra comissão da festa estar gastando esse dinheiro na festa do ano passado, e o que sobrasse desse dinheiro que não fosse gasto, seria revertido para a APAE. Como, no entanto se eu não me engano, foi R$ 142.000,00 que não foram gasto. Foi investido R$ 380.000,00. Retirou R$ 140.000,00 que não foram gasto, sobrou R$ 240.000,00. Esses R$ 240.000,00 foi investido na festa e quanto aos servidores que estão trabalhando, maquinário na festa, esse ano, também foram utilizados na do ano passado. Aí que é o “X” da questão. A diferença do investimento de R$ 200.000,00 hoje pra R$ 240.000,00 do ano passado, é que ele (prefeito Edmar) teve essa economia, só que este ano estaria realizando 4 shows e no ano passado foram 2 shwos. Entendeu?

Danilo: Pra ser mais específico, qual será o retorno financeiro deste ano?

Osmair: O retorno financeiro deste ano... no ano passado, a prestação de contas, que eu me lembro, que eu tenho acompanhado, o investimento deste ano de R$ 200.000,00 vai ser pra Mocidade Independente da Escola de Samba, e a festa do Baile da Rainha não está incluído nesse borderô do ano passado. O lucro da Festa da Rainha onde foi parar? Eu não fiquei sabendo. E este ano, a Mocidade vai ficar incumbida de fazer a festa e com o lucro da Festa da Rainha, o lucro é pra eles. Então vai ficar a receita do Baile da Rainha com a Mocidade Independente pra fazer futuros carnavais em Camanducaia. Para eles terem um caixa pra fazer futuros carnavais em Camanducaia.

Danilo: Como o Legislativo pretende fiscalizar os gastos desse repasse à Unidos do Samba?

Osmair: Então, eu conversando com o chefe de gabinete, o Bruno, eu falei assim: “Ô Bruno! Antes da gente fiscalizar (os vereadores), como que vai ser feito isso? Porque ao meu ver, a escola de samba, por não ter feito nunca um trabalho desse de organizar uma festa de peão, Como que iria ser feito?” Aí que o Bruno passou pra mim que quem que iria fiscalizar junto com a Mocidade Independente, que é a escola de samba, era uma comissão que iria fiscalizar os gastos desses R$ 200.000,00. E não iria deixar só para a Mocidade Independente de estar fazendo a festa, soltando tudo na mão deles que, eu achava que por eles nunca terem feito uma festa nesse porte, que a comissão que já tinha uma bagagem de estar fazendo esta festa em conjunto com a comissão que ia administrar esse gasto. E futuramente, depois do dinheiro gasto que ia ser repassado para a Câmara dos vereadores está fiscalizando onde foi gasto esse dinheiro.

Danilo: Então vai ter uma comissão junto aí.

Osmair: Tem a comissão trabalhando junto com a Mocidade. Porque a minha preocupação quando eu conversei com o Bruno, foi: como iria dar R$ 200.000,00 para a Mocidade? Não estou dizendo que eles (Mocidade) não eram capazes, mas eles nunca tinham feito uma festa dessas. Aí foi feito uma comissão junto com a Mocidade que está organizando a festa.

Danilo: E por que não poderia repassar esse dinheiro direto para a comissão?

Osmair: Então, se passasse pra comissão, aí cairia no mesmo caso dos outros anos passados. O ideal que o prefeito fez de estar fazendo esta contribuição social para a Mocidade, é a Mocidade ter o seu dinheiro pra ela investir na ação social que é o carnaval dos próximos anos. Porque todos os anos, quando chega o carnaval, vai a Mocidade bater na porta do prefeito pra requerer dinheiro pra fazer o carnaval da cidade. Então, dando essa oportunidade pra eles fazerem a festa, eles estão tendo um ganho pra ser gasto nos futuros carnavais de Camanducaia.

Danilo: Então depois dos eventos que ela vai prestar contas à Câmara?

Osmair: Vai prestar contas pra Câmara de vereadores.

Danilo: Mas nesta prestação de contas vocês terão acesso às notas fiscais?

Osmair: Com certeza! Vamos ter acesso às notas fiscais. Como vai ser terceirizada praticamente a festa, só os shows, a incumbência da Mocidade é de estar fazendo a contratação dos shows que vão ser feitos em Camanducaia, a contratação da estrutura e a contratação do material de propaganda da festa. Essa é a conta que a gente vai... o projeto foi aprovado pra gente fiscalizar esses termos que a Mocidade Independente vai se tratar de fazer.

Danilo: Como você poderia nos responder à crítica de que a Unidos do Samba estaria sendo usada como “laranja”?

Osmair: Eles estariam sendo usados como “laranja”, se eles não ficassem com nenhum benefício. Como eles estão ficando com algum benefício, que é o Baile da Rainha, chega nos próximos anos eles vão ter a sua receita pra fazer os carnavais.

Danilo: Está tudo dentro dos conformes da Lei então?

Osmair: Está tudo dentro dos conformes da Lei. Assim como foi passado o projeto que foi analisado pelo nosso jurídico, está legal.

Danilo: No ano passado, a metade dos vereadores queriam vetar o rodeio por algumas questões: A) Não houve prestação de contas das festas anteriores. B) Não ficou definido se a festa seria da iniciativa privada ou pública. C) A comissão não era formada por servidores públicos. D) Não foi mandado pelo Executivo nenhuma planilha de custos, show, palco, som, segurança, etc. Neste ano, por exemplo, foi mandado planilha de custo?

Osmair: Não.

Danilo: Quer dizer, já é um item que os vereadores do ano passado criticaram e este ano não tem também, né?

Osmair: Não. Não tem. Mas o teto foi mandado. O teto é R$ 200.000,00. Pensando nas festas anteriores, nós aprovamos o projeto justamente por causa disso. Por causa da economia que o prefeito está fazendo em relação à festa anterior, porque na festa do ano passado foram dois shows e foi investido R$ 380.000,00. Agora ele está investindo R$ 200.000,00. No máximo duzentos mil! Pode ser que dê R$ 160.000,00. O que não está se repetindo em relação ao ano passado, é o custo. Baseado na festa do ano passado, o custo está pela metade, porque são quatro shows e R$ 200.000,00. Ano passado foi investido R$ 240.000,00 e foram dois shows. A aprovação do projeto foi pela economia. Pode ser feita a festa? Pelos problemas que a gente está tendo no município, se você analisar bem, o certo era não fazer, né. Mas como não fazer a festa? É uma tradição de nossa cidade nós não podemos ficar sem a festa de peão E a população? Como vai fazer? Você sabe que a gente tem as dificuldades.

Danilo: Eu não sou contra a festa desde que não haja remanejamento de outras pastas. Porque você está usando dinheiro da Cultura, né. Então, o prefeito está cumprindo com o seu dever na Saúde, fazendo repasses. Aí eu sou a favor da festa. Agora o que eu sou contra é tirar dinheiro de outras pastas. E esta comissão que está fiscalizando é formada por servidores públicos também?

Osmair: Não. Não são servidores públicos. São pessoas que já fizeram festas outras vezes em outros mandatos e foram competentes. Aí que o prefeito nomeou essas pessoas para estarem ajudando na comissão da festa.

Danilo: Teve alguma resistência por parte de algum vereador em relação à festa deste ano?

Osmair: Não. Não teve resistência porque eles também analisaram esse custo, né. Não teve nenhuma resistência e o projeto foi unânime por dez votos.

Danilo: O prefeito tem oposição dentro da Câmara?

Osmair: Nesses sete meses que a gente está trabalhando aqui, tem oposição partidária, mas quanto a projetos e administração pública não tem oposição. Estamos todos voltados pra trabalhar por Camanducaia. Partidos, esquecemos já no dia seguinte da eleição do ano passado.

Danilo: Qual foi o critério usado para se contemplar a escola de samba?

Osmair: Então, pelo que eu vejo, como já expliquei, todo ano a prefeitura tem que investir na escola de samba para realizar o carnaval. Com certeza, com essa ajuda em que o Executivo está dando prioridade pra escola de samba, com certeza no ano que vem eles não vão estar procurando na prefeitura pra receber recursos pra fazer o carnaval. Porque eles já vão ter o recurso deles.

Danilo: Mas mesmo depois desses eventos eles vão ter que continuar prestando contas do que eles gastam?

Osmair: Então, a escola de samba ela só tem esse gasto na época de carnaval. Eles não têm nenhuma atividade antes do carnaval e com certeza esse dinheiro vai ficar guardado pra ser gasto nos futuros carnavais. A gente não sabe também se vai ter lucro ou se não vai ter lucro essa festa. Mas com certeza vai ter lucro e a intenção do prefeito é de que fazendo essa contribuição, pra eles ter o lucro pra eles não ter esse trabalho de correr na prefeitura e pedirem dinheiro de novo.

Danilo: Por que não a escola de samba ficar com a bilheteria ao invés da VR?

Osmair: Então, se a escola de samba ficar com a bilheteria, vai ter que bancar toda estrutura da festa . A estrutura da festa  fica +ou- 200.000,00. E se der prejuizo quem vai bancar?. Agora, a companhia de rodeio  veio pra cá, com a estrutura deles e se eles tiverem poucas pessoas entrando na festa, eles têm o lucro menor ! Agora se a Mocidade for querer pra eles (Mocidade), vai ter que pagar a estrutura pra se instalar lá. E se der prejuízo? E se chover? ninquém perdeu nada. E se for pouca gente? Não poderia soltar pra Mocidade uma responsabilidade dessas. Agora se a festa der prejuízo e forem quinhentas pessoas num show, vai ter o show com quinhentas pessoas. Mas quem vai ficar com o prejuízo? Mas deixando de lado de estar falando em  prejuízo vamos torcer que esta festa arrebente e torcer para não chover e ser uma das melhores festa de peão de todos os tempos! .

Danilo: Bom, obrigado pela entrevista!